Mistério

Ah! Toda a alma
num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas,
entre as grades
Do calabouço
olhando imensidades,
Mares, estrelas,
tardes, natureza.
Tudo se veste
de uma igual grandeza
Quando a alma
entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando,
as imortalidades
Rasga no etéreo
Espaço da Pureza.
Óh almas presas,
mudas e fechadas...
Nas prisões colossais
e abandonadas,
Da dor no calabouço,
atroz, funéreo!
Nesses silêncios
solitários, graves,
Que chaveiro do Céu
possui as chaves
Para abrir-vos
as portas do Mistério?!
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